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segunda-feira, 21 de abril de 2008

Deu a Lógica

Tendo voltado da viagem que fiz no feriado, para me livrar dessa onda de "Palmeiras x São Paulo" que, provavelmente, deve ter tomado conta da cidade, e tendo assistido ao jogo, afinal, teria que escrever aqui depois (certo? - minha namorada deve estar adorando isso...), vamos derramar os tópicos do jogo.

Primeiro, é importante dizer que foi um jogão, digno das agremiações em campo. O São Paulo, finalmente, fez um jogo, este ano, digno do que vinha mostrando nos anos passados: muita organização tática, alas apoiando o tempo inteiro, uma zaga segura... mas nada disso foi suficiente para segurar o Palmeiras.

Ao contrário do primeiro jogo da semifinal, o Palmeiras jogou MUITO bem, marcou o São Paulo em todos os setores do campo e atacou, na medida do possível, trazendo poucos, mas evidentes, perigos de gol contra a meta do São Paulo. Isso porque o São Paulo também marcava muito bem e, até os vinte primeiros minutos, jogava até melhor que o Palmeiras, mas, num chute despretensioso de Leo Lima, Hernanes abaixou a cabeça e Rogério Ceni pulou, quando não deveria ter se mexido, e a porcada abriu o placar, o que, se mantivessem até o final, já os garantiria a decidir o Paulistão contra a Ponte Preta.

Aí, o São Paulo teve que jogar como este elenco, este ano, não sabe: atacando. Então, começaram a surgir os defeitos de um elenco limitado.

Júnior foi um excelente jogador. Campeão mundial pela Seleção Brasileira em 2002, campeão da Libertadores pelo Palmeiras etc., mas está velho, e não pode mais jogar um jogo inteiro. Não pode entrar como titular de um time que tem pretensões permanentes de ser campeão, como o São Paulo. Logo depois do gol de Leo Lima, ele deu um pique na lateral que eu, no ato, pensei "ele não corre mais até o fim do jogo". Dito e feito.

Jorge Vágner também foi um excelente jogador. Mas também já passou de seu auge. ele não pode ser o único responsável pela armação do São Paulo. É muito melhor jogando de ala, no lugar do Júnior. E acho que Muricy concorda comigo, tanto que trocou as posições dos dois, melhorando o time do São Paulo, já que Júnior continuou o que Jorge Vágner estava fazendo no meio (ou seja, nada) e Jorge Vágner melhorou, imensamente, tanto a marcação, quanto as opções de ataque pela ala esquerda.

Joílson é muito ruim.

Hernanes é excelente, apesar de ter, sim, falhado no gol, mas, sozinho, não faz verão.

Fábio Santos só é bom pra atirar relógio nos outros.

Dagoberto poderia ser confundido com algum jogador do Corinthians, dada a ineficiência de toda e qualquer jogada saída de seus pés.Impressionante como uma contratação do São Paulo que tinha tudo para dar certo tenha dado tão errado. Até Adriano, que eu acreditava que tinha tudo para dar errado, deu muito, mas MUITO mais certo que Dagoberto.

Mas, também, não dá pra ficar achincalhando um time quando o outro jogou tão bem. O Palmeiras jogou tão redondinho que deu até inveja. Leo Lima jogou a melhor partida dele, até hoje, no ano. Diego Souza, apesar de bem marcado, também jogou bem, fazendo um bom pivô no meio-de-campo, puxando boa parte da mercação para si, deixando Valdívia, este sem comentários, várias vezes sem marcador, o que decidiu o jogo mais tarde.

Na marcação, o Palmeiras estava perfeito. Dagoberto não precisava de esquema especial, o que facilitou na hora de marcar Adriano, este sim, complicado, mas cuja charada Luxa matou desde o início. Luxa mandou seus zagueiros deixarem Adriano matar a bola e girar, mas sempre com alguém, bem grudado e mais dois na sobra, um de cada lado, esperando o giro, hora que Adriano era desarmado. Caso o girou fosse completado, Adriano teria três defensores com que se preocupar, sem ninguém para passar a bola, já que o São Paulo não espera mais um trabalho de pivô na área, nem tem um segundo atacante eficiente para tal, ou meias e alas que entrem de trás para chutar a gol.

E, com os laterais do Palmeiras avançando bastante e bem cobertos pelos volantes, o São Paulo não podia jogar Joílson e Júnior/Jorge Vágner indiscriminadamente ao ataque, arriscando tomar bolas pelas costas em resposta.

Daí, depois do intervalo com bomba de efeito moral no vestiário do São Paulo (coisa de várzea, hein? Caso se confirme que foi vindo do Palmeiras, isto, o São Paulo, finalmente, vai conseguir o que sempre quis: vetar o Palestra para jogos grandes para sempre), foi uma questão de tempo para Valdívia pegar alguma bola sozinho e decidir o jogo.

Na primeira, ele pega a bola na intermediária e carrega, livra, até dentro da área, chutando e obrigando Rogério a fazer boa defesa.

Na segunda, Wendel, também livre, avança pela esquerda até entrar na área. Se vendo cercado por dois zagueiros, mais Rogério Ceni, toca para a direita, onde Valdívia, livre, só precisa enterrar a bola no fundo da rede do arqueiro são-paulino, fechando as possibilidades de uma virada na semifinal.

Daí por diante, a luz apagou, houve duas expulsões (aliás, o árbitro foi impecável!), mas nada que mudasse a história do jogo: Palmeiras é finalista do Paulistão.

Se for olhar só por este jogo, foi mais do que merecido.

Luiz Salles, corintiano, maloqueiro, roxo, louco, sofredor, graças a Deus!

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